sábado, 5 de março de 2011

A Busca



Hoje sai por aí como se fosse mais um dia como outro qualquer. Sai meio que me procurando. Fui até a esquina e não estava lá. Resolvi então ir mais além: dei uma volta no quarteirão, mas também não estava lá.

Então pensei: e se eu for mais longe? Pegar um ônibus, quem sabe? Andei até o ponto mais próximo e quando entrei. Resolvi sentar-me à janela para ir me procurando. Avenidas, praças, esquinas, a ponte por sobre o livre mar que se espraia por todos os lados da Ilha. Reparei: não estava lá!

Parei no centro velho. Fitei o casario, o vai e vem das pessoas com pressa, sempre a pressa! Vento sul balançava as saias, carregava os cabelos, encharcava os corpos frenéticos. Esperei em vão, também não estava lá.

Perguntei-me: será que me espero? Mas e se me demorar muito? Talvez não dê tempo de me encontrar. Quem sabe devesse voltar?

Caminhei, fucei todos os cantos. Espiei por trás das árvores e nada. Muito tempo depois, já em casa, lá estava, que surpresa!

Ao toque de cada letra me senti. Pude ver a minha fisionomia, como se num espelho estivesse. O branco do papel virtual me refletia. Aqui estou em cada entrelinha.

Floripa/2007 - Sem revisão

Nenhum comentário:

Postar um comentário